sexta-feira, 28 de julho de 2017

Relembrando minha querida Angelim e os amigos de infância que lá deixei

Tinha entre 15 e 16 anos, quando deixei aquele torrão amado rumo ao desconhecido, e que desconhecido era esse? Simplesmente o meu pai biológico  (José Paes de Melo) e a cidade onde em 11 de outubro de 1948 havia nascido, para ser mais preciso, no engenho Flor de Una no município de Palmares -PE.

Menos de uma semana após ter nascido fui levado por minha tia materna para a minha amada e queŕida Angelim, terra onde engatiei e aprendi a caminhar com os meus próprios pés.

Dona Mocinha  (Maria de Lourdes Brasil), minha tia e minha avó Dona Santa  (Úrsula Alves Brasil) me criaram e me educaram com a ajuda de um grande homem religioso, o padre Carlos Fraga Santos que depois pêlo saudoso Bispo diocesano, Dom Expedito Lopes, foi promovido a Cônego.

Mais o amado por todos os paroquianos era um homem humilde e até preferia que o chamassem de "padre Carlos " em vez de Cônego Carlos Fraga ",foi sem dúvida alguma o meu pai adotivo e meu Mestre.

Tivemos uma infância feliz, éramos tantos amigos que peço mil desculpas aqueles que confesso não vou lembrar os nomes, mais com certeza arriscarei citar alguns: Célio, Filho de seu Bida, não falo o apelido porque uma vez falei e levei um cascudo dele, Samuel Salgado que foi prefeito de nossa Angelim e casou com Ione que é irmã de Célio que tem ainda as irmãs Ivone hoje casada com Ivanildo, Iolanda e Leninha, esta era vista por todos como a mais bela angelinense, aqui sem querer desclassificar as demais meninas de nossa época.

Particularmente eu acho que nossa Angelim sempre foi a terra de belas mulheres.

Mas voltando a lembrança de nomes, Aderson de seu Azarias  (homem muito inteligente o qual pra ele tiro o chapéu), Zezinho de seu Vicente dos Correios, seu irmão Benevenuto hoje é padre em Garanhuns,  era mesmo assim, não se chamava o senhor, era seu fulano ou dona fulana.

Ainda tinha Valdinho (ficamos por conta da emoção quando graças a tecnologia do celular conversamos depois de um pequeno intervalo de 30 anos),  meu primo Mário de tio Zé Ló e Toinho de dona Cremilda, com ele aprendi a roubar caju no sítio de Zé Vilaça, eita velha infância que nos trás saudades, como era bom escutar o apito da Maria Fumaça que puxava os vagões do trem que saia do Recife à Garanhuns passando pela estação Angelim onde o telegrafista era seu Antônio Basílio que era o pai de Jairo que me ensinou o código morse, vale lembrar que eu era metido a telegrafista e ainda hoje ensaio algumas palavras transmitidas no telégrafo.

Não poderia aqui esquecer Josemi (foi prefeito de nossa Angelim), Eliel e o seu irmão Enoque, as minhas primas Sônia e Janivalda  (esta, minha madrinha) filhas de madrinha morena  (Dona Carmem de Zé Nunes alfaiate), não sei por onde anda Clotildes e o irmão, moravam na subestação da CHESF e a gente pra entrar lá precisava ter autorização, mais muitas vezes arrisquei passar por um buraco que tinha na cerca de arame farpado.

Eu e o amigo Márcio que era chamado de Piter tirávamos de letra em qualquer vestibular para curso superior de molecajem, éramos especialistas em dar trabalho as professoras já que na infância professor tinha poucos.

O que era de admirar na casa de seu Esperidião, Piter era o cão chupando manga e o irmão Bonifácio, chamado de Boni era calmo, somente ria das nossas chamadas prezepadas e não dedurava ninguém, diz o velho dito popular que "cabrito bom não berra", e o Boni não berrava mesmo.

Uma vez Ronaldo de seu Geraldo de dona Nadir teve uma raiva de mim e quiz se vingar me jogando dentro de um cacimbão, e não me lembro até hoje o que diabos fiz com ele, eu era tão quietinho e Ronaldo quase me mata afogado, fui salvo pelo gongo.

Acho que vou escrever um livro e contar um pouco de cada um dos amigos de infância, só vai escapar Samuel porque já foi prefeito de Angelim e de repente o livro poderá estragar uma candidatura dele pra deputado.

Vou parar por aqui porque se for contar tudo a Internet não vai suportar 69 anos de história e a quantidade de gente nela envolvida, vou concluí falando  em meu nome e de todos os velhos amigos,  prefiro recitar, "Ai que saudade que tenho da aurora da minha vida, de minha infância querida que os anos não trazem mais".

Que Deus abençoe a todos nós e as nossas famílias e que filhos, netos e toda descendência tenham pelo menos uma parte da infância e juventude que tivemos.

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