Há exatos sete dias dias da maior calamidade dos últimos anos registrada no Sertão pernambucano, ninguém do Governo do Estado pôs os pés em Bodocó (Araripe).
Os mais de 800 desabrigados pelas chuvas da semana passada não receberam um aceno sequer dos que governam Pernambuco.
Fosse em Caruaru ou em Palmares, o governador Paulo Câmara já teria aparecido, vestido o colete da Defesa Civil e tinha posado para fotos ao lado de sua claque tão metropolitana quanto ele.
Mas aqui é o Sertão, terra de povo esquecido. Nenhum dos deputados da base do governador também soltou qualquer nota ou fez qualquer ação.
Mais parecem representantes dos homens do Recife que do povo humilde que lhes confiou o voto. Uma vergonha.
Restou ao povo do Sertão, comovido por todas as cidades, promover campanhas e mutirão de ajudas para minorar o sofrimento dos irmãos sertanejos. Tão sozinhos, como sempre.
Quando bradamos aqui que o governador vive de costas para o Interior, reverbera nas paredes do Palácio do Campo das Princesas como um lamento sem sentido de um povo que só se queixa. Mas a queixa é convicta do esquecimento a qual esse povo é submetido. O quinhão que lhes é imposto.
O texto é só uma opinião que aceita respostas dos interessados.
Ou respondem dizendo o dia em que a visita aconteceu, da atenção dada a comunidade sofrida, das providências tomadas, ou se calem, cúmplices de um silêncio tão covarde quanto constrangedor.
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