segunda-feira, 3 de dezembro de 2018

Jucá diz que MDB manterá “independência”

Por Julia Duailibi
O presidente do MDB, Romero Jucá, afirmou que o partido não deve aderir ao governo de Jair Bolsonaro e que manterá a "posição de independência", apesar da indicação do deputado Osmar Terra (MDB-RS) para o Ministério da Cidadania. "Essa conversa está longe disso. O MDB continua na sua posição de independência", declarou Jucá sobre o encontro da bancada de deputados do MDB com o presidente eleito, amanhã. Cerca de 50 parlamentares devem participar do encontro.
Questionado sobre se essa posição de independência poderia ser alterada no médio prazo, ele afirmou, porém: "Política, no médio prazo, depende da conjuntura".
Jucá tem entoado o discurso – comum agora entre outros presidentes de partidos – de que um eventual alinhamento ao futuro governo se dará em torno de "temas para o país", como as reformas da Previdência e tributária.
Outros líderes do centrão passaram a dizer, publicamente, que são favoráveis ao "apoio a propostas, não a cargos". Nos bastidores, porém, admitem insatisfação por não terem participado da composição do ministério do futuro governo e nutrem expectativa de que ainda possam indicar cargos de segundo e terceiro escalão.
Até agora, dos 20 ministérios anunciados, cinco têm políticos: Casa Civil, com Onyx Lorenzoni (DEM-RS); Saúde, com Luiz Henrique Mandetta (DEM-MS); Agricultura, com Tereza Cristina (DEM-MS); Turismo, com Marcelo Álvaro Antonio (PSL-MG); e Cidadania, com Osmar Terra (MDB-RS).
"Não temos expectativas nem reivindicações. Não queremos cargos nem absolutamente nada", disse o líder do MDB na Câmara, Baleia Rossi (SP), que fez questão de destacar como a bancada "gostou" de ter um representante no futuro governo. "O presidente do MDB já declarou a independência do partido. Mas é claro que a indicação de Osmar Terra para o ministério, não vou mentir para você, repercutiu muito bem na bancada".
O MDB sempre foi uma das legendas mais vorazes na busca por cargos. O Palácio do Planalto, sob diferentes governos, teve de negociar a distribuição de ministérios não só com o MDB da Câmara, mas como também com o do Senado. De 2006 a 2016, o partido esteve na base governista do PT. Com a crise no governo Dilma Rousseff, que culminou no seu impeachment, o partido abandou a base governista e ajudou a articular a deposição da ex-presidente, quando então voltou ao poder – dessa vez, com a Presidência da República.

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