Prestes
a ser entregue, pessoalmente, ao Congresso Nacional pelo presidente Jair
Bolsonaro, a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) de Reforma da Previdência
é alvo de severas críticas da oposição e mesmo de aliados do governo. Segundo o
líder do PT no Senado, Humberto Costa (PT), Bolsonaro tentará vender a medida
para esconder os seus problemas internos, como a demissão do ministro-chefe da
Secretaria-Geral da Presidência da República, Gustavo Bebianno, a disputa
política entre aliados e várias denúncias de candidaturas laranjas na campanha
eleitoral do ano passado envolvendo o seu partido, o PSL.
A
PEC prevê, entre outras ações, idade mínima de 65 anos para homens e 62 anos
para as mulheres se aposentarem. Segundo o senador, há toda uma estratégia de marketing
falaciosa para tentar confundir os brasileiros. Para ele, a mudança no cálculo
da previdência vai prejudicar, sobretudo, os mais pobres, que começam a
trabalhar mais cedo.
"Querem
convencer os brasileiros, por meio de publicidade enganosa patrocinada com
dinheiro oficial, de que trabalhar mais, contribuir por mais tempo e, no final,
ganhar menos - ou seja, perder direitos - é algo positivo. A proposta não mexe
com os verdadeiros privilégios. Ela vem sob medida para os pobres pagarem a
conta. Mais uma vez, o povo é que irá pagar o pato", afirmou.
Humberto
ainda lembrou que foi o próprio Bolsonaro que disse que era "falta de
humanidade" determinar a idade mínima de 65 anos para aposentadoria, ainda
durante o governo de Michel Temer. Na época, Bolsonaro chegou a falar que o
projeto prejudicava especialmente o Nordeste, onde a expectativa de vida é mais
baixa.
"Bolsonaro
ganhou a eleição na base da mentira e da fake news. Ele disse que ia acabar com
a corrupção no seu governo, mas os escândalos só se acumulam. Falou que não ia
trocar cargos por apoio, mas agora negocia mil vagas do segundo escalão para
conseguir comprar a aprovação dessa reforma que ele mesmo afirmou ser desumana.
Agora, apresenta um projeto mais cruel do que o que criticava", disse.
Humberto
afirmou ainda que mesmo com a tentativa de mudar o foco, a crise política
persiste. "São menos de 50 dias de governo em queda livre. As crises não
terminam, elas se acumulam. O governo Bolsonaro já está caindo como laranja
podre", afirmou.
Com inforaç~es deNatália
Kozmhinsky
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