Nunca fomos contrários ao progresso; todavia,
condenamos a poluição dos mananciais e das praias, a derrubada das florestas, o
emporcalhamento dos campos, enfim, as agressões ao meio ambiente. Porque
entendemos que a destruição da Natureza
é a extinção da raça humana, pois, a todo momento, em diferentes países, o
homem, na ânsia de enriquecer a qualquer preço, cava a própria sepultura. O
Profeta Isaías já fazia no
Antigo Testamento da Bíblia Sagrada uma advertência nos versículos cinco e seis
do capítulo 24 do seu Livro:
“(...)
5 Na verdade a terra está contaminada por causa dos seus moradores, porquanto
transgridem as leis, violam os estatutos e quebram a aliança eterna.
“6
Por isso, a maldição consome a terra, e os que habitam nela se tornam culpados;
por esse fato, serão queimados os moradores da terra, e poucos homens restarão”.
O sexto versículo, uma antevisão milenar,
aponta um conflito atômico, hipótese viável numa sociedade que já deflagrou
duas guerras mundiais e pouco respeito dá à terra, da qual o homem, desde o seu
nascimento, retira seu sustento.
Este planeta é a habitação comum dos povos. O
ser humano e seu Espírito Eterno não são criações à parte da Natureza, mas seus
expoentes. A riqueza deste orbe é sua humanidade, visível e invisível,
ecologicamente conciliada com a fauna e a flora, com todo o meio ambiente. A
propósito, cabe lembrar o soneto do grande poeta e Fundador da Legião da Boa
Vontade (LBV), Alziro Zarur (1914-1979):
“A Suprema Vergonha
Mãe
Natureza, eu — Poeta — sou teu filho,
E em
teu piedoso seio, calmo, ingresso.
Basta-me
olhar-te, e a vislumbrar começo
A
miséria sem fim do humano trilho.
Dessa
contemplação eis que regresso,
E, ó
Mãe Perfeita, vê quanto eu me humilho:
Só o
homem maculou esse teu brilho
Com a
cínica mentira do progresso!
Ante
a tua bondade intraduzível,
Serenissimamente
inconsuntível,
As
humanas grandezas todas somem...
E, ó
Mãe Natura, se algo me envergonha
Ao
contemplar-te, Mãe, eis a vergonha:
É a
suprema vergonha de ser homem!”
(...) O ser humano tem-se colocado nessa
posição, da qual terá obrigatoriamente de sair pelo próprio esforço e
merecimento, para não se transformar em uma “espécie em extinção”. Todo dia é
dia de renovar nosso destino. A vida sempre vence.
José de Paiva Netto, jornalista, radialista e escritor.
paivanetto@lbv.org.br — www.boavontade.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário