sábado, 12 de junho de 2021
Familiares se despedem de Marco Maciel
O corpo do ex-senador e ex-vice-presidente da República Marco Maciel foi
enterrado no fim da tarde de hoje, na Ala dos Pioneiros do Cemitério Campo da
Esperança, em Brasília. Antes disso, parentes e amigos mais próximos
participaram de uma cerimônia de despedida no Salão Negro do Congresso Nacional.
O senador Rogério Carvalho (PT-SE), terceiro-secretário do Senado, representou a
Mesa Diretora do Senado no velório. A Câmara dos Deputados foi representada pelo
deputado Hiran Gonçalves (PP-RR). Pela manhã, o presidente do Congresso
Nacional, senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG), já havia divulgado uma nota de pesar
em que manifestou tristeza e seus sentimentos aos familiares do político
pernambucano. O senador Izalci Lucas (PSDB-DF) também compareceu ao Salão Negro,
lamentou a perda e disse que Marco Maciel foi um exemplo de homem público: " Ele
está fazendo falta neste momento de radicalismo de direita e de esquerda. A
gente precisa realmente ter uma compreensão melhor do que ele fez. Foi um
vice-presidente que colaborou muito com o país e que prestou muitos serviços. É
uma perda muito grande, mas temos agora seu legado de uma pessoa conciliadora,
correta, que sempre pensou no Brasil. Vai ficar para nós como exemplo de homem
público". Espírito conciliador A urna com o corpo chegou à sede do Parlamento
brasileiro pouco depois das 14 horas e foi carregada por soldados dos Dragões da
Independência, unidade militar que cumpre o papel simbólico de guarda do
presidente da República. O arcebispo de Brasília, Dom Paulo Cezar Costa,
comandou a cerimônia do velório ao lado do Frei Donald, da Paróquia Santo
Antônio, e de outros padres. O arcebispo destacou que uma das heranças do
ex-senador será a valorização do diálogo, que se torna ainda mais importante
numa época em que a sociedade brasileira nunca esteve tão polarizada. "Marco
Maciel deixou um legado de diálogo. Era um homem que tinha seu partido, mas era
capaz de conversar, com uma visão maior na busca do bem comum. Eu diria que ele
deixou o legado de um autêntico político", disse Dom Paulo. Ao falar sobre a
vida pessoal do ex-senador, o arcebispo lembrou que Marco Maciel teve formação
jesuíta e que sempre teve a fé como centro de sua vida. " Ele nunca negou a sua
crença, sempre foi um católico praticante e que pautava sua vida pública no
alicerce da fé. Os grandes prédios precisam ter um alicerce consistente, e ali
estava uma cultura de valores e comprometimento com o bem", concluiu. O ministro
Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), disse que o país deve
homenagear Maciel neste momento em que há tanta discussão sobre o fortalecimento
da democracia. " Sem dúvida, foi um construtor da transição e nos permitiu
chegar a um porto seguro. Teve também trabalho importante na Constituinte de
1988 e foi um vice-presidente muito equilibrado. A democracia brasileira deve
muito a ele, pois construiu a aliança democrática e foi um homem construtor de
pontes e de consensos e por isso deixou sua marca ", afirmou o magistrado do
STF. Muito próximo a Marco Maciel, o senador pernambucano Jarbas Vasconcelos
(MDB) não pôde estar presente. Durante a pandemia, o parlamentar tem permanecido
no Estado. Em seu lugar, enviou o assessor Aristeu Plácido Júnior, que prestou
condolências à viúva Ana Maciel. "Fui ao velório do presidente Marco Maciel
prestar minha última homenagem a este homem público de envergadura e sobretudo
um pacificador. Construiu sua carreira política baseada em princípios éticos, de
conciliação e de fidelidade, hoje muito em falta na nossa República. O Marco de
Pernambuco, como ficou conhecido, parte, mas nos deixa um legado altamente
expressivo e que dever servir de exemplo para as novas gerações de políticos
brasileiros. Que Deus o tenha", disse Aristeu. Instituições Marco Maciel deixou
três filhos e a esposa, Ana Maria Maciel, que falou rapidamente com a imprensa e
fez questão de lembrar que o marido sempre se preocupou muito com as
instituições republicanas brasileiras. "Ele sempre falava que as pessoas passam,
mas as instituições, não. Um dos últimos projetos apresentados por ele no
Senado, em 2007, já tratava exatamente dos preparativos dos 200 anos da
Independência do Brasil, que vai ser em 2022. Naquela ocasião, algumas pessoas
já perguntaram o porquê de tanta pressa e ele dizia: "Se deixarmos para ultima
hora ficará mal feito. Temos que pensar o quanto antes os destinos do nosso
país", recordou. Também estiveram presentes no velório os senadores Chico
Rodrigues (DEM-RR), Marcos Rogério (DEM-RO) e o ex-senador Edison Lobão. *Com
informações da Agência Senado
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